Nunca gostei muito de generalizações. Apesar de o meu professor de Psicologia me ter ensinado que são formas fundamentais de arrumação de conteúdos no cérebro, e peças fuclrais no acesso a essa mesma informação, também aprendi os seus perigos. As generalizações nunca estão certas. Por muito que se acredite que todos os Americanos são gordos e burros, a verdade é que muitos deles não são. Por muito que se acredite que todos os coreanos comem cães, a verdade é que muitos não comem. A verdade é que eu criei no meu cérebro um utensílio que dissolve a generalização (geralmente chamam-lhe bom senso), que torna a minha imagem do mundo um pouco menos monocromática.
Outra coisa que me faz alguma espécie, é o que eu gosto de chamar o Complexo da Escada. Tal coisa não é mais que um sentimento automático de superioridade cada vez que subimos um degrau da vida, seja académico, laboral, amoroso, psicológico, real ou inventado. Um bom exemplo deste complexo é quando se entra no ensino superior. É inevitável sentirmo-nos sempre, e sem querer, superiores aos alunos do secundário, quer pela idade ou pela experiência que pensamos adquirida. Isto mesmo tendo em conta que não passávamos de meros alunos do secundário, há meses.
Confesso que sofro um pouco desse complexo, tal como sofro da generalização e, muitas vezes, dou por mim quer a disfrutá-los, quer a combatê-los.
Isto tudo porque comprei um Mac.
Pensava eu, que os utilizadores de Mac eram vegetarianos abstémios, nascidos em São Franscisco e que usavam camisas coloridas e mocassins. Pensava também que toda a hype em volta dos seus produtos não passava de isso mesmo, e que, no que a computadores diz respeito, estaria sempre muito melhor com um PC. Sempre vi um Macintosh como quem vê um prato exótico feito no Sri Lanka: Curioso, mas algo que nunca provaria.
O problema foi que algo mudou na minha percepção das coisas. Em vez de um uber computador para jogos, optei antes por um laptop, algo que me permitisse, primeiro trabalhar, e depois divertir-me. Um amigo comprou recentemente um Macbook e mostrou-me algumas das características, com a veemência de qualquer Steve Jobs numa apresentaçao keynote. Não fiquei imediatamente convencido, porque obviamente que estava demasiado ligado ao mundo dos PCs para fazer uma mudança tão brusca. Pensei eu que, o prato exótico seria radicalmente indigesto e que me tornaria num renegado informático. Foi aí que notei em algo tão básico, que despertou na minha básica natureza, um básico sentimento. O software é bonito...
Bonito e funcional. Pensei eu que finalmente poderia gostar de trabalhar e que poderia ser agradável passar tempo a olhar para um monitor. Se me perguntarem se prefiro ter um escritório com vista para o Central Park ou um com vista para a Brandoa, a resposta é óbvia, e creio que foi esse o click. Tudo é mais bonito num Mac. Desde o browsing, das aplicações mais básicas às mais complexas, dos menus às fontes, tudo é agradável, simples e intuitivo. Para além do mais, todas as coisas que julgava exclusivas da utilização do PC, na verdade não o são, podendo-se fazer exactamente as mesmas coisas, mas de forma mais agradável. Claro que tudo isto seria redundante se as coisas não funcionassem, o que não é o caso. Tudo acontece naturalmente, de forma fluida, sem grandes esperas. Todas as tarefas, básicas ou não, são fáceis de executar permitindo-nos concentrar no que realmente importa, o trabalho em si.
As virtudes são incontáveis e seria extenuante tentar enumerá-las, no entanto, e apesar de ser um utilizador por vezes ridiculamente exigente, confesso-me rendido, e ainda entusiasmado com este novo mundo. E se tiver de ser visto como um vegetariano que usa mocassins, então que seja. Na minha mente, estarei sempre um degrau acima de qualquer utilizador de PC.
17/09/2007
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1 comentário:
"tudo é mais bonito num mac" dizes tu...concordo, porque até a minha cara parece mais bonita no teu mac =P
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