14/12/2006

Hipocrisia 2 - O Regresso.

Ainda sobre a francamente triste temática do mais recente videoclip de STK, sobre a qual tenho pensado bastante, e discutido com quem acho que devo, há uma ou duas ressalvas a serem feitas relativamente ao post anterior.


Não sou um profundo conhecedor da cultura Hip-Hop. A minha área de interesses é demasiado larga, demasiado espalhada pelo que nem sou conhecedor dessa nem de qualquer outra em particular. Isto pode ser justificação para muitos me dizerem, como disseram : "Não percebes tanto como isso, logo não fales". Está certo, mas se formos a ver as coisas por esse prisma então só pessoas altamente especializadas em determinado assunto (conceito demasiado vago) falariam de assuntos que diriam respeito à sua área. Mas enfim, não me quero alongar muito por aqui.

A questão é que tenho a plena sensação de que fui demasiado duro nas críticas feitas. Continuo a achar que não foi sensato, de forma alguma, o uso do nome dos Moonspell, ainda que com boa intenção, ainda que não tivesse qualquer intenção de os visar pessoalmente. Continuo a achar que o feedback gerado e a cobertura mediática não foram nada benéficos para a música Portuguesa... e o problema reside exactamente aí.

O problema reside nas pessoas, na sua percepção das coisas. Sam The Kid não é culpado se 95% dos seus fãs são tão doentiamente devotos e tão estupidamente expectantes por um sinal messiânico de pseudo revolução cultural que nem se dão ao trabalho de descodificar o que ele diz, e de perceber, no contexto de toda uma cultura, do que é que ele é feito. Sam The Kid não é também culpado pelo jornalismo sensacionalista e nojento que se faz no nosso país, que aproveitou imediatamente essa fraca interpretação das suas palavras para criar uma guerra de palavras entre Hip Hop e Metal.

Fernando Ribeiro respondeu mal a esta interpretação, respondeu com veemência,desconhecimento e ignorância pois para isso foi estimulado por uma interpretação falsa e uma provocação baixa. E o ciclo vicioso negativo engrossou-se.


Eu fui injusto, confesso, em tomar nas palavras dele meios para a venda a todo o custo e no seu videoclip MTV uma maneira de se auto publicitar à custa dos outros. Pelos vistos não estava exactamente certo mas o Hip-Hop com que nos deparamos todos os dias na televisão é tão nojento, tão falsamente refinado, tão vazio que não é difícil interpretar por aí.


Mas isso é uma conversa para outro dia.

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