17/12/2006

A Relação. Reflexão primeira.

Em toda a relação há ciúme. Quer na mais precoce, quer na mais madura. No entanto, o ciúme parece ser algo que, em circunstancias normais, toma um curso decrescente em intensidade ao longo do tempo.
Há quem tenha ciúmes de um animal de estimação querido do parceiro, há quem tenha ciúmes da saída em grupo onde figura uma colega boazuda e depois há aquelas irritantíssimas pessoas, rapazes e raparigas, que martirizam o parceiro sempre que o seu olhar se cruza com matéria humana do sexo oposto (caso sejam heterossexuais, obviamente).


Esta última temática é das que mais asco me dá. Na minha qualidade de homem devo dizer que se há coisa irritante é uma mulher que dá na cabeça do namorado porque ele reparou nas mamas da menina que está a servir à mesa, ou porque olhou para um cú perfeitamente delineado. Não há nada mais hipócrita do que isso. Irrita-me ainda mais o namorado que atura essas merdas. Irrita-me a sua fraqueza em ser manipulado psicologicamente pelos caprichos egomaníacos da namorada. Meninas, se os vossos namorados olham para gajas e comentam gajas com os amigos, isso significa apenas e só uma coisa : Eles têm uma pila, e tão preparados para a usar com vocês.

É tão mais hipócrita quando elas, umas com as outras, fazem comentários badalhocos sobre os tamanhos das pilas dos namorados e sobre a maneira como lhes chupam partes pudibundas. E depois, os paneleiros dos namorados, quando numa conversa saudável de homens, coram e baixam a cabeça quando um amigo mais ousado diz que a morena da mesa à esquerda tem uma mama de fora.

Nos namorados ainda toma uma dimensão mais ridícula. Homem que é homem, não faz fita, amua. Homem que é homem pensa que a namorada quer ir para a cama com cinco pretos assim que ela repara no bartender de carinha laroca. E depois amua, fazendo-lhe a vida negra durante 3 dias, exigindo 1001 palavras de amor.


Depois há a menos conhecida falta de ciúmes. É ela o principal criador de falta de auto-estima numa relação. Imaginem-se, rapazes, a dizer à vossa namorada : "Vou ver um filme pornográfico com a Ana Raquel." e vossa namorada responder : "Vai vai, bom filme! Trás-me o resto das pipocas". É de ficar a pensar se realmente ela gosta de nós. Há varias hipóteses explicativas para este fenómeno. Ou a pessoa é madura o suficiente para não ligar a infantilidades de pessoas que, propositadamente, tentam espicaçar a relação com ciúmes, ou então o ego é exacerbado ao ponto de não se conseguir imaginar o companheiro com mais alguém ou então, e o factor mais importante, a ignorância em relação à natureza humana, instável, imprevisível e sexualmente inflamável.
Uma atitude de total ausência de ciúmes pode ser a receita ideal para uma relação chata e monótona e, consequentemente ou não,para uma surpresa muito desagradável.

Em tudo há um equilíbrio, e estou-me aqui a referir a situações quase limite de parte a parte, pelo que nos entrefolhos haverá muito espaço criativo.

No geral, os ciúmes tão saudáveis. São eles que criam o ligeiro desiquilíbrio que depois de colmatado nos dá aquela sensação de conforto com a pessoa que gostamos. São os ciúmes que nos fazem aperceber do quanto não queremos perder outrém, é esse reality check que, quando não doentio, nos torna mais maduros e mais capazes de enfrentar adversidades da relação.

Podemos até dizer que os ciúmes são uma vacina, isto quando os namorados não são paneleiros e as namoradas não são escravas e guincham palavras desesperadas de amor sempre que temos ciúmes. Não. Quando aprendemos a lidar com eles, quando aprendemos a eliminá-los, crescemos um pouco e promovemos o auto-controlo.


Ou então estou completamente errado e toda a gente tem um par de cornos.

3 comentários:

Bruno disse...

Seja benvindo ao mundo reflexivo, caro vogue.
O assunto primeiro parece-me bastante interessante. Acho, na tua linha, que ciúme é tão banal como sexo e que decorre da existência de competição sexual. O problema de muitas relações coloridas/amorosas é o facto de ele ser encarado como algo de dramático ou extraordinário, daí a existência das afamadas "cenas de ciúmes". Encarando o ciúme com naturalidade, acho que uma relação sairá sempre ilesa, se não mesmo reforçada. Chamem-lhe um pecado mortal e eu chamar-lhe-ei uma emoção banal.

Anónimo disse...

eu acho que metes nojo e tens razao.
metes nojo porque tens razao e tens razao porque metes nojo.
ambas se alimentam reciprocamente.

eu sou ciumenta. muito.
e sou ciumenta porque sou insegura.

e nao ha razoes nem meias razoes. tento nao dar expressao a coisas que sei que sao minhas e que o meu home nao tem anda a ver.
tb nao sou parva e nao admito que me pisem os calos.

os ciumes tem a ver com o ego. é o cichoe go que grita ´oyee e eu???`

pois, por isso é qu eu por estas alturas tento ante olhar para mim para nao ter de acusar ninguem de nada..

que ninguém é santo, caralho.

a tua irma.

era so o que faltava.

genoveva disse...

n sabia que n tinha comentado este post, estranho =| ciumes? eu tenho, tu tens... todos ficam com a raivinha a fervilhar sempre que pensam mais do que deviam =P já dizia o meu nandinho "pensar incomoda como andar á chuva, quando o vento cresce e parece mais.".

fiquei com uma duvida, essa ai dos animais de estimação foi 1 indirecta pa quem??? ham? ham?

1 bjinho pa morgana assim para a reconciliação... vá...pronto :X

rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr...